domingo, 1 de janeiro de 2012

BOLA TORTA

BOLA TORTA
     Celso de Lanteuil      
Delhi, 16/11/2011
Sobre o caos do trânsito e as nuvens de fumaça numa cidade grande

Exageradamente partido
O mundo está
Substancialmente rachado
O mundo está

De um lado a noite
Do outro o dia
Aqui abraços
Dando a volta estilhaços

Sorriso neste canto
Gritos assustados do lado de lá
Aqui sobra o pão
Ali no chão não nasce um único grão

Nossa esfera está torta. Caminhamos apressados
E nem percebemos que andamos para trás
É um embate contínuo
Avançar e recuar

Nosso planeta vive a chorar
Pelos bichos, pelo ar. Chora pelas matas, rios e mar
Não consegue é ser convincente
Em mostrar que está muito doente

São os plásticos, as queimadas, os transgênicos
São as guerras
Essas armas, os escravos
E a fome, e o poder

Exageradamente torta essa bola está
Substancialmente partida, ela está
Vai ficando cinza, barulhenta e mais violenta
E parece que quase ninguém consegue notar

3 comentários:

  1. Maravilha companheiro! Parabéns pelo texto, pelo blog. Só não podemos ficar parados e deixar, simplesmente, a bola rolar.

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  2. é verdade meu amigo, mesmo torta ela vai rolar do mesmo jeito e temos que estar agarrados nela, ora por cima, ora por baixo, mas vamos rolando e respirando, e observando as mudanças...
    mande o endereço do seu blog Jurandi para eu incluir no meu, eu ainda sou novo nessa praia e fico meio perdido com esses recursos...
    obrigado e um grande abraço,
    celso

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  3. Parabéns pela fotografia e pelo poema (e pelo blogue ainda a descobrir)!
    Gostei muito
    Sara Monteiro

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