quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

PARA LEMBRAR DE VOCÊ

           A autora Ninfa Parreiras segura um exemplar de Vermelho Amargo
                                   Sentado Bartolomeu Campos de Queiróz
                                       homenageado na FLIST autografando 

PARA LEMBRAR DE VOCÊ
Celso de Lanteuil
FLIST, Rio de Janeiro 14/05/2011

Finalmente conheci o Bartolomeu Campos de Queiróz. Venho escutando esse nome fazem muitos anos. Minha amiga Ninfa tem o autor no mais elevado conceito. Ele é o Cosmos! Foi emocionante escutá-lo falar sobre o fantasiar e o viver. Vive melhor quem fantasia, como disse o escritor. O ontem e o futuro só existem na imaginação do presente que logo se transforma em passado. Portanto existir sem fantasia é vazio, indolor, translucido. Daí a importância do sonho na escrita e consequentemente na formação da cidadania. A escola que pretende transformar informação em autonomia deveria exercitar o ato da inventividade, porque a ação do sonhar é libertadora. Sem a fantasia estagnamos e petrificados nos tornamos estátuas vivas. Assim falou a voz lúcida de Bartolomeu.


SOBRE VERMELHO AMARGO
Obra de Bartolomeu Campos de Queiróz
Um outro nível de escrita
Nova Delhi, 15/11/2011

Essa madastra possui um jeito próprio de cortar o tomate. Por vezes o menino percebe que a faca afiada não servirá apenas para fatiar. Ao observar o rosto dela, suas feições tensas que ocultam emoções, e ao acompanhar o movimento de ir e vir da mão que segura a faca, realiza que uma distância enorme as separa. Mãe e madrasta. Percebe quão diferente são. Vermelho Amargo é um relato poético sobre sentimentos intensos, onde a melancolia estabelece as motivações e o observar das coisas pelo olhar do menino. O sofrimento da perda da mãe ainda muito cedo. O medo da madrasta. Os segredos do amor e das mentiras necessárias. Os pecados e as culpas... A mãe, o jeito de preparar a comida e cuidar. O amor, tudo para sobreviver. O irmão triturador de vidro. O gato da irmã que não miava. A cicatriz na testa da irmã mais velha que mais tarde fugiu do tomate, parou de bordar e escondeu o amor. A mulher que era duas. A bruxa e a fada. Tudo relatado com precisa maestria e uma dor difícil de se apagar.


2 comentários:

  1. Celso,
    Esse dia também acordou em mim essa semana. Inesquecível! Como você, devo a Ninfa esse encontro com o poeta e sua obra (é realmente o Cosmos!).
    Essa leitura de Vermelho Amargo, que você retrata com tanta beleza, também me veio à tona. Suspeito que agora ele volta a sentir o sabor de um tomate cortado em cruz, feito barco...
    Lindas lembranças!
    Beijos,
    Rachel
    P.S.: obrigada pelo carinho da visita à minha esquina!

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  2. Oi Rachel, realmente foi uma daquelas oportunidades que a vida escolhe a dedo para nos presentear. Sorte nossa.
    Quanto a visitar à sua "esquina", o que eu posso te dizer é que está virando um hábito muito gostoso.
    Bjs,
    Celso.

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