Lagostas e caranguejos se apertam e aguardam
DEUS
Celso
de LanteuilLisboa, Rossio, 28 de Abril de 2012
Volto a falar de Deus. Como não fazê-lo? Deus está na vida de todos nós, não é mesmo? Ou será que não? Almoço defronte de um tanque com água num restaurante de rua. Alguns chamam a isso de aquário! Observo lagostas a subir e descer das costas de alguns caranguejos. Elas tem as garras amarradas. Entre os dois extremos do apertado aquário, dois grupos de lagostas empurram a menor de um lado para o outro.
A cada trinta segundos, aproximadamente, ela é expulsa do seu canto de modo nada amistoso. No meio deste embate que só não é mais agressivo pelo fato de terem suas garras amarradas, os enormes caranguejos respiram o oxigênio da morte.
Se Deus é onipotente e o mais justo de todas as criaturas, por onde andará para permitir este espetáculo mórbido? Paro por aqui. Nem mesmo pretendo falar da fome, sede, ditadores, censura, tortura, usura, gula, egoísmo, corrupção, escravidão...
Volto a dizer. Se Deus tudo pode, deve estar distraído com assuntos mais interessantes, ou anda muito ocupado com questões mais sérias.
Cartaz espalhado pelas ruas de Lisboa, Maio de 2012
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