segunda-feira, 21 de maio de 2012

SOMOS ASSIM

Escultura em forma de banco
Feita de armas usadas na guerra da libertação de Moçambique 

SOMOS ASSIM
Celso de Lanteuil
Paris, 25 de Fevereiro de 2012

O homem ainda se organiza de maneira desequilibrada e precária por causa de muitas coisas. Há vários fatores que determinam esses desequilíbrios. Daqueles que nos caracterizam, o egoísmo, a ganância, a estupidez e o instinto de sobrevivência, estão entre estes. Aqueles que representam o Estado e o povo, em maior ou menor grau, tem a capacidade de promover ondas de mudanças que podem ser positivas, ou não.

Mas somos humanos, com várias aptidões e características. Muitos de nós tem a vocação para o consumo. Estão sempre famintos e engolem tudo o que podem, através de uma interminável gula, sede e irresponsabilidade. Se empanturram com aquilo que precisam ou desejam possuir. Não querem saber se o resultado das suas praticas, destrói o planeta e a vida que por aqui transita. Estão se lixando para com os outros e o dia que virá. Querem o seu, agora e isto lhes basta. Há muitos desses tipos por aí, que se apresentam em diversos formatos.

Os que pensam tudo poder comprar. Os que acham ser capazes de oferecer todas as respostas. Aqueles cuja vaidade não lhes permite enxergar os seus próprios erros e incompetência. Os gulosos que precisam de sempre mais. Há tipos piores que combinam traços de egoísmo, ganancia, muita vaidade nas veias e a idiotice do invejoso do Zé Ninguém, que Wilhelm Reich tão bem descreveu. Esses tipos ignoram o significado de se viver em comunidade e em paz, respeitando as diferenças e tudo indica, são vocacionados para destruir.

Na sua fraqueza de carater, avançam com sua infinita indiferença e falta de empatia para com o sofrimento do vizinho. Suas principais virtudes são a sede e a fome de ter. Negam o bem comum. Desconhecem a solidariedade e precisam ter sempre mais!

Temos ainda em escala crescente, um outro grupo. Este merece especial atenção. Na sua escalada pela sobrevivência, seguem destruindo o que encontram pelo chão. Eles precisam subsistir ao novo dia que se aproxima. São os que em seu desespero lutam por um alimento qualquer, pela água e o abrigo que lhes faltam. Falta-lhes tudo.

Somos assim. Todos esses. Diferentes e iguais, que poderíamos estar em lugares trocados, mas não estamos. E nessas nossas diferenças, caminhamos atropelando aqueles que interrompem o nosso caminhar. Mesmo sem direito compreender o por que. Mesmo sabendo exatamente aquilo que queremos e iremos fazer.


Dinheiro da destruição 
Uma tradição antiga que parece não ter fim
Fortaleza na cidade de Maputo

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