Repouso após uma longa jornada
de Antananarivo, com pouso em Marseille e Paris
VOZ
Celso
de LanteuilMais uma Feira do Livro em Lisboa
Marquês de Pombal Maio 2012
Nasci para muitas coisas
Para tolices, besteiras
Brigas bobas, verdadeiras babaquices
Nasci para perceber lá no fundo
Nos olhares, nos detalhes
Nos traços, atos, nas dores e temores
Nasci para a indiferença
E a lucidez
Para a superfície e as profundezas
Sigo entre o superficial e o denso
Fico apertado neste ser e não ser
Neste rosto que não consegue tornar-se somente um
De um lado o desejo de viver livre, autêntico
Comprometido com a vida e as pessoas
Do outro lado a vontade de deixar a vida seguir
Aceitar os outros
Colocar os pés na areia
Tocar uma canção para um estranho que queira me ouvir
Rasgar o paletó que sou obrigado a vestir
Queimar minhas gravatas
Destruir a formalidade que me persegue por razão de profissão e formação
Nasci para aprender e ignorar
Mas nada do que faço ou sonhe
Consegue subsistir sem este um e outro
Sou a voz que grita e luta, a outra que cala e fraqueja
Sou este que quer rir e não consegue
E aquele que escuta o filho adoslescente dizer “Pai, você é uma criança”
Azulejos portugueses de personagens das histórias em quadrinhos
Painel localizado na região do Pavilhão Atlântico, Lisboa
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