segunda-feira, 19 de novembro de 2012

AFOBADO

Agra, caminho para o Taj Mahal, 12/2011


AFOBADO
Celso de Lanteuil
Porto, 17/11/2012

Afobado
Afobado para viver
Esbarrando, tropeçando
Correndo para não deixar de ver

Afobado. Afobado para tocar
Sentir e respirar. Segue passo apressado
Nas encruzilhadas
Diante das portas que se abrem e fecham

Entre o ir e o vir
Inconformado
Querendo decidir
No meio das regras e da estupidez

Sem parar
Sempre afobado
Tentando agarrar
E não deixar escapar

Luz, pensamento
Aquele instante, torná-lo impressionante
No descompasso. Disforme
Possível e improvável. Pequeno e eterno

Neste absurdo mundo das contradições
Passando pelas liberdades e prisões
Pelos derrotados e os campeões
Da lamúria ao gozo, da lâmina que mata e cura

Nestes opostos que nunca se veem
Dos que se doam, dos que se vendem
Aqueles que enxergam mas nunca sentem
Os que valem bilhões e os escravos

Afobados vamos seguindo
Para recuperar o minuto passado
Com a crença e a descrença, a paz e o horror
Sendo bárbaro, sendo amor

Próximo ao pedágio de Gurgaon, New Delhi, 11/2011

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