quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

PENSAMENTOS SOLTOS

Elétrico
Porto, Abril de 2011

PENSAMENTOS SOLTOS
Celso de Lanteuil
Inspirado no Livro dos Abraços
De Eduardo Galeano
Lisboa, 04/10/2012
 
UM
Sou muitos abraços
O abraço apertado
O abraço impedido
E aquele esquecido
 
Sou o abraço partido
O que não chegou a ser
O abraço distante
Que o exílio esconde
 
DOIS
Não há exílio
Que apague
A memória
De uma vida
 
TRÊS
O bom senso da hierarquia
Quase sempre é uma merda
 
QUATRO
Os índios não são superheróis
 
CINCO
O esquecimento e a ignorância
São muito parecidos
 
SEIS
Não há borracha
Ou aspirador de pó
Capaz de limpar
A sujeira da nossa história
 
SETE
A liberdade assusta
É para quem sabe ser livre
 
OITO
Para escapar da realidade
E da dor que ela produz
O homem inventou a superficialidade

Vitrine de uma loja de roupas e artigos em geral
Serra do Gerês, 08/2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Road to Zimmerman

Bob Dylan L'Explosion Rock 61-66
Cite de La Musique, Paris, 07/03/2012

ROAD TO ZIMMERMAN
Celso de Lanteuil, Lyrics and song
Rio, 11/04/2011
To one of my heros

Have you ever realized, you're developing a stupid mind?
Can you see the exits in the road that leads to a false paradise?
Are you able to show some control, when the politician says he knows?
Are you capable of some kind of mercy, when this thief stabs your soul?

REFRAIN
No compassion at all
No ladder to heaven
No pity to show
No blood to share

Are you still locked in this thought?
Can you find a meaning for life?
Are you lost in this mist of dreams that tease you and keep you tied?
Have you played good samaritan today or did you take the faith of a mate?

REFRAIN
No compassion at all
No ladder to heaven
No pity to show
No blood to share

An important moment
Paris, 07/03/2012


segunda-feira, 19 de novembro de 2012

VAMPIROS

Entrada de um restaurante em Santiago de Compostela
Galícia, 11/2012
 
VAMPIROS
Celso de Lanteuil, Letra e música
Ernesto Paim, música
Rio, 29 04 2011 
 
(Som de tambores)
Você não quer cantar
Você não tem fé
Você não sabe brincar
Você come plástico!
 
Você não bebe água
Você não toma banho de Sol
Você não sabe beijar
Você não sabe sofrer por alguém!
 
REFRÃO
Vivemos da vida
É o que sabemos fazer
Seja por instinto, hábito, crença ou prazer
Comemos a vida que nos rodeia
Na geladeira guardamos nossas guloseimas
 
(BIS)
São os bichos que comemos
 
Nos escritórios, em família, onde for
Engolimos vivos os nossos irmãos
Tudo para continuar adiante
Tudo para continuar adiante
E recomeçar no amanhecer
E recomeçar no amanhecer
 
REFRÃO
Vivemos da vida
É o que sabemos fazer
Seja por instinto, hábito, crença ou prazer
Comemos a vida que nos rodeia
Na geladeira guardamos nossas guloseimas
 
(BIS)
São os bichos que comemos
 
REFRÃO
Vivemos da vida
É o que sabemos fazer
Seja por instinto, hábito, crença ou prazer
Comemos a vida que nos rodeia
Na geladeira guardamos nossas guloseimas

São os bichos que comemos...


AFOBADO

Agra, caminho para o Taj Mahal, 12/2011


AFOBADO
Celso de Lanteuil
Porto, 17/11/2012

Afobado
Afobado para viver
Esbarrando, tropeçando
Correndo para não deixar de ver

Afobado. Afobado para tocar
Sentir e respirar. Segue passo apressado
Nas encruzilhadas
Diante das portas que se abrem e fecham

Entre o ir e o vir
Inconformado
Querendo decidir
No meio das regras e da estupidez

Sem parar
Sempre afobado
Tentando agarrar
E não deixar escapar

Luz, pensamento
Aquele instante, torná-lo impressionante
No descompasso. Disforme
Possível e improvável. Pequeno e eterno

Neste absurdo mundo das contradições
Passando pelas liberdades e prisões
Pelos derrotados e os campeões
Da lamúria ao gozo, da lâmina que mata e cura

Nestes opostos que nunca se veem
Dos que se doam, dos que se vendem
Aqueles que enxergam mas nunca sentem
Os que valem bilhões e os escravos

Afobados vamos seguindo
Para recuperar o minuto passado
Com a crença e a descrença, a paz e o horror
Sendo bárbaro, sendo amor

Próximo ao pedágio de Gurgaon, New Delhi, 11/2011

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

TEMPO APRESSADO

Registro histórico feito por Nick Ut (AP), guerra do Vietnam  
Durante e após a explosão de bombas napalm
Museu de Ciência de Londres, 2012  

TEMPO APRESSADO
Celso de Lanteuil
National Gallery
Londres, 05/11/2012
 
Tudo passa. Avião, invenção
Nuvem negra, solidão
Tudo passa bem veloz
Tua história, tua voz
 
Uma estrada é o que tens
Com saídas e conexões
Tudo voa, vai e vem
Corre rápido, nem se vê
 
É da vida, coragem
É a vida, vadia
Que se vive, na gula
E nos leva, com ternura. Ou não
 
Na cabeça, nas viagens
Nessa terra, noutro tempo
Tudo passa. Fraude, pulmão, ave, furacão
Microvida, inveja, ambição, imensidão
 
Que se enxerga. Que se toca
Invisível. Indivisível
Tudo passa nessa vida. Joia, roupa, conquista
Guerra, festa, saber, moda, poder
 
É da vida, a fúria. É a vida, do medo
Que nos leva, lutando
Nesse tempo que esfarela
E não consegue permanecer
 
Vai adiante tempo ágil
Mudando por onde passa
Passado, presente e futuro
Vai moldando, ajustando
 
Refaz, apaga
Reconstruindo
Sempre seguindo
Em todas direções
 
Leva a arte, qualquer arte
De fabricar, articular, pintar, costurar e moldar
Da estratégia de mal dizer, de guerrear
Do invento de matar e curar
 
Leva tudo por onde passa
Infecção, flor, melancolia, fé, adoração
Amor, imaginação, formação, educação
Gentileza, agressão, pedra, rio, vulcão
 
Só nos deixa o que fomos
O que fizemos e deixamos por fazer
Que se mistura na terra, no ar
Nessa vida que não sabemos explicar

Ponte do Século 14 que cruza o Rio Lima
Este deu origem ao nome da vila mais antiga de Portugal
Ao final desta ponte, outra menor do século 1, construída pelos Romanos


MÚSICA NO AEROPORTO

Musicians in Boston make people's life easier
21/10/2012
MÚSICA NO AEROPORTO
Celso de Lanteuil
Porto, 02/11/2012
Enquanto aguardava o embarque no aeroporto do Porto
Hugo Lopes no Sax e Miguel Pedrosa na Guitarra
Tornavam a espera em obra de arte

Tap, tap
Tap, tap
Goes smooth
Rhythm of the soul
A pair of shoes
 
Tap, tap
Tap, tap
Rolling in the air
Dancing with no care
The eagle of the blues
 
Tap, tap
Tap, tap
Cinderella of a dream
Melody of life
Like a flower and a bee
 
Tap, tap
Tap, tap
The orchestra of the nature
The song that makes us dance
An endless path, never the same

A musician delivers his soul at the metro station
Boston, USA

terça-feira, 13 de novembro de 2012

JOÃO VEM AÍ

Aimé-Jules Dalou, 1873
Peasant Woman Nursing a Baby
Victoria and Albert Museum, London
 
JOÃO VEM AÍ
Celso de Lanteuil
Lisboa, 24/10/2012
O meu sobrinho neto está chegando...
 
O amor faz milagres
Ele nasce onde menos se espera
Nos envolve sem se fazer notar
Cresce como um feto
 
Cria braços, pernas, dedos, coração
Ele nos abraça na hora certa
Quando nossos planos falharam
Não desiste nunca
 
O amor é paciente para aprender
Enfrentra o medo, a intolerância, a doença
Resiste quando necessário
Mesmo nas questões materiais e morais
 
Ele pede muito de nós
Mas tem esse direito
O amor é arma poderosa
Vence batalhas impossíveis
 
Destroi a tristeza, cura, constroi
Educa, faz nascer
É guarda costas para qualquer ocasião
Em troca, nos pede atenção

Jovens senhoras numa caminhada matinal
London Town