segunda-feira, 11 de março de 2013

BANAL

Travessa que liga a Rua Santa Clara em Copacabana,
a Praça Edmundo Bittencourt, também conhecida como
Praça do Bairro Peixoto, Rio de Janeiro de 2013
BANAL
Celso de Lanteuil
Rio, 23 de Janeiro de 2012
Para musicar

Banal, está nos jornais
Normal, ninguém liga mais
Banal, está nos jornais
Normal, ninguém liga mais

O carro avança o sinal
A carreta segue na contramão
Um bêbado muito veloz
Na curva perde a razão

Banal, está nos jornais
Normal, ninguém liga mais
Banal, está nos jornais
Normal, ninguém liga mais

A morte está à vontade
Não faz qualquer distinção
Está abusada, não tem compaixão
Não quer esperar o amanhã

É tiro, é faca, soco, pontapé
No trânsito, na escola, em casa, na diversão
É um jogo difícil demais
A dor não machuca mais

Banal, está nos jornais
Normal, ninguém liga mais
Banal, está nos jornais
Normal, ninguém liga mais



Escrito alguns dias antes da tragédia que vitimou em Santa Marta
Rio Grande do Sul, mais de 240 jovens


E a vida segue...
   Estação Primeira da Mangueira
Ala das baianas em evolução no Sambódromo
Carnaval de 2013, Rio de Janeiro

2 comentários:

  1. Fala Celso!
    Que rima! Banal, é um RAP! (não sei se é assim que escreve, poderia até parar para ver, mas confesso que não sei!)
    O que de mais curioso achei nesta foto da passagem ali do bairro Peixoto, é que tem um vulto, no chão, perto da escada, que parece um sem teto dormindo... O que também virou normal em nosso país. Tem muita gente dormindo na rua. Sem falar nas "cracolândias" (será que rima com Disneylândia?) Não dá nem para acreditar nas imagens que passam na TV quase todos os dias... Surreal!
    Abraços amigo.

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  2. Isso é.mesmo bastante curioso. Me recordo bem, já se vão alguns anos, estava entre colegas de profissão comentando sobre uma quase colisão entre a nossa aeronave que seguia em sentido a Brasília e uma outra em sentido oposto, falando das manobras que tivemos que executar e da pequena separação que por muito pouco nos tería deixado marcados na história da aviaçãoAli estavam profissionais com elevado nível técnico e vivência, e não muito depois, talvez uns 15 minutos, um deles já havía levado a conversa para a brincadeira diminuindo a importância do evento. Não temos cultura de segurança como nos EUA, Japão, UK, e países desenvolvidos, porque a vida para nós brasileiros, regra geral, vale muito pouco. Estava na hora de mudarmos isso, corrigindo, a hora passou já faz tempo... Abraço

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