quarta-feira, 31 de julho de 2019

as gruas chegaram, as gruas chegaram ...

Guarulhos, São Paulo, 20/01/2013
   
01/06/2019

As gruas não param de surgir.
Ultrapassam os prédios, cercam as construções históricas
Por muito pouco não se encostam

Seus pesados e enormes braços avançam e envolvem
Arredores, centro histórico, o rio Douro
Tocam o litoral, parques, freguesias da periferia

Metal, concreto, poeira, empregos, conceitos, negócios
Passado e destino se deslocam, lucro, especulação
Progresso, retrocesso, panejamento, descontentamento

Alegria e sucesso, perdas e tristeza, se entrelaçam
E assim as cidades mudam suas feições
Se reencontram e se perdem, se modernizam e se esquecem…  


segunda-feira, 3 de junho de 2019

IDEAIS CURTAS 3

Arte de rua
Amsterdam, 05/10/2013

Celso
Porto, 31 de Maio de 2019

QUATRO
Na vida, tudo é importante e tem que ser levado a sério
Até mesmo na hora de brincar e sorrir

CINCO
A preocupação deve existir, assim como fazemos uma refeição
Mas todo excesso provoca indigestão

SEIS
Devemos estar o mais próximo possível daquilo que somos

SETE
A preocupação em demasia é inútil
Se o que tememos vier a ocorrer, teremos um problema para resolver
Se aquilo que nos tira o sono não se concretizar
Perderemos noites de bons sonhos


IDEAIS CURTAS 2



Celso
Porto, 27 de Maio de 2019

UM
O ressecar da pele, o branquear dos cabelos, as rugas
A visão que deteriora, os reflexos quando se tornam mais lentos
São ensinamentos do nosso corpo que gradativamente nos vai dizendo
“Seja sábio. Viva melhor o tempo que a vida lhe oferece”.

DOIS
A morte é inevitável. Para todos os seres vivos, há uma finitude!
Muito rico, jovem ou bem velhinho, sem moedas nos bolsos, feliz ou triste
Enfurecido, ou cheio de amor no coração, a morte sempre chega
Pelo menos dentro do conceito de vida que conhecemos
Mas não custa nunca lembrar
Se ela se esquecer de mim e me deixar ficar mais um tempo por aqui
Isso me cai muito bem

TRÊS
Talvez já tenham escrito, se não exatamente igual, de forma semelhante
Viver é correr riscos
A vida é para especialistas


Museu do Design, Lisboa
29/09/2012


quinta-feira, 30 de maio de 2019

ABRAÇADOS POR UM MOMENTO


Celso
Rio, 05/07/2015

Ontem abrimos o seu armário
Estávamos juntos e distantes
Abracei seus vestidos
Sorri e sonhei


quarta-feira, 29 de maio de 2019

SANGUE, MERDA, CHANCE


Celso
Rio de Janeiro, 09/08/2015

A Terra está sangrando
Ferida profunda
Sendo tratada numa enfermaria de guerra

Ambulatório precário 
Com parcos recursos 
E profissionais exaustos

Se está quase tudo uma merda
Agarro uma chance e invento um sonho
Para aguentar esse tranco, eu preciso de uma piada




sexta-feira, 24 de maio de 2019

IDEIAS CURTAS


Amsterdam, 14/09/2013
Family pack to new frontiers

Biblioteca Municipal da Rua Farani
Rio, 23 de fevereiro de 2019

Existência é vontade, necessidade, sobrevivência;

A importância do amanhã está nas nossas cabeças, a vida é para já!


A felicidade, se fosse gente, seria bem reservada;

Os olhos tem por hábito, enxergar de modo precipitado;

O imediato é aparente…

Quem procura beleza num violão, desperdiça sua melhor qualidade.  

Pinguim Café
Porto, 14 de Maio de 2019

A loucura não usa espelho;

O meu amigo ego, me deixa repetir velhos erros;

Se há gente que gosta de matar, há gente que vê beleza nisso;

O estilo é irmão da personalidade e a cara-metade da vaidade.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

TEIA FINA

Tate Gallery, october 2013
The strength and vulnerability bunker
Art by offenders, secure patients and detainees 
Curated by Speech Debelle
Celso de Lanteuil
Porto, 2 de Janeiro de 2019

Ele quer uma casa com telha
Ele quer uma casa com uma telha normal
E uma televisão - diz o garoto para a jornalista
E … uma lona para proteger o pai e ele da chuva
Teia fina que separa o céu do medo

A oração é seu alimento
É canção, é poema, é movimento 

Nada é simples quando morre
Nunca é pouco quando nasce

Algumas pessoas tem tudo nas mãos
Tudo no sorriso, tudo no coração
Sabem dividir e ir ao encontro, e abraçar…
E para estes, uma lona pode as proteger da chuva
Mesmo sendo a teia fina que separa o céu do medo