sábado, 8 de outubro de 2022

Sobre Armas 1

SOBRE ARMAS
Porto, 5 de junho de 2022 

Reflexões sobre o poema de Sérgio Godinho, Arma de fogo
Livro O sangue por um fio, Ed. Assírio Alvim

As armas foram inventadas para matar, é disso que se trata
Matar quem, quando, como e por que, são as questões
Muitas pessoas, algumas tem melhores escolhas, vivem a vida que podem
Não sabem o que é a paz e conhecem as variadas formas de dor

São mestres da violência, por necessidade e por vivência
Elas apanharam desde sempre, todos os tipos de sofrimento
Desconhecem abraços, beijos, afetos e carícias
Para estas, viver é gritar, bater, levar porrada, ferir e sangrar!

É estar preparada para o conflito, uma luta que pode resultar em tragédia
Matar é interromper um argumento, uma ira que cresce
Um sentimento de inferioridade, uma frustração oculta, a força do ciúme
Matar é ganhar aquilo que o grito não conquistou

Para estes que estão descontrolados, perturbados, perdidos e aflitos
Matar pode ser a libertação
O fim do medo, um tipo de felicidade
Uma forma de acobertar vivências que precisam ser esquecidas

Dificultar a violência, impedir que um ato violento termine em tragédia
Posse, porte, tipos de armas, calibre, uso restrito, contrabando, venda legal
Quem pode, quem não pode, são temas de Segurança Pública
Todos estes já regulamentados e judicializados pelo Estado

As armas foram inventadas para matar, é disso que se trata
Matar quem, quando, como e por que, são as questões
Armas nas mãos erradas, é responsabilidade do Estado
Lutar por um mundo sem armas, é a nossa utopia

 

Lançamento para breve, da música Tomba e Levanta!

TOMBA E LEVANTA

Letra de 25/11/2013 e música de 27/12/2013
Letra e música finalmente se abraçaram em Jeddah, no dia 22/11/2014

Diante da TV, com os dedos a tremer
Ele muda de canal, tentando esquecer
Um fuzil que não perdoa, nessa guerra invisível
Que não para de crescer e a TV tenta esconder

A mãe tem ao seu lado um menino assustado
O garoto quer seguir e uma cura pra sorrir
E o homem a tremer, diante da TV
Vai mudando de canal e tentando esquecer 

E se esforça para rir, para cantar
Nesse vai e vem que segue sem parar
E se esforça para rir, para cantar
Nesse vai e vem que segue sem parar

Nessa troca que esgota
Mudando ele avança
Amolece, esquece
Tomba e levanta 

Nessa troca que esgota
Mudando ele avança
Amolece, esquece
Tomba e levanta

Ele tomba, tomba e levanta
Ele tomba, tomba e levanta