terça-feira, 22 de novembro de 2022

INJUSTIÇA!

 Em memória do Cmte Remo Rigon, na foto
e de tantos amigos e colegas que faleceram
sem receber seus direitos trabalhistas e previdenciários


VARIG, VARIG, VARIG 2022

Cmte Celso de Lanteuil

Em algum lugar do planeta, 12 de setembro de 2022


Comunicação quebrada. Conexões canceladas

Um símbolo nacional subdividido

Várias decolagens abortadas, um apagão nos céus

Uma dívida rompida. Algumas capitanias hereditárias protegidas


O direito rasgado. A previdência perdida

Um calote feito às claras

Decisões judiciais e o trabalhador uma vez mais

É violentado à luz do dia!


A decisão da União diz: Pague-se já!

Entra Governo, trocam governantes e o tempo passa

Muitos credores venderam o que tinham para sobreviver

Outros muitos trabalham no que conseguem fazer


Homens e mulheres, de todos os credos, raças e ideologias

Comandantes, copilotos, mecânicos de voo, comissários de bordo, DOVs 

Fornecedores, doutores, advogadas, secretárias, funcionários da escala de voo

Engenheiros, técnicos, contadores, um mundo de servidores…


Uniformes, diplomas guardados, não pagam contas

E o mercado não acolhe tantos certificados e especialistas

A demora em receber os créditos alerta a morte que espreita

E não quer saber. O acertado é fato, mas não se materializa


Um direito sagrado, é rasgado

Todos sabem. Toda gente vê

O absurdo é vil

As dores que ficam não se apagam, se reverberam


Uma comunidade em alerta, espalhada pelo Brasil e mundo afora

Quem será o próximo? É mesmo assim que tem de ser?                                 

O tempo segue e milhares de pessoas sentem o descaso

Passa agosto de 2006, voa a decisão de 2014 e 2023 está logo ali…

 


domingo, 13 de novembro de 2022

segue a vida ...

MEGALÓPOLE
Celso de Lanteuil,
16/06/2011, retomado em 10/11/2022 

Corre, corre, corre
Tudo em você é mega, max, enorme
Pessoas, carros, prédios, ruas, esquinas
Buzinas estridentes
Sorrisos espalhafatosos
Falas amplificadas
Filas que só fazem crescer

Corre, corre, corre
Dona de intermináveis carências
De histórias que não findam
Onde emoções explodem e desaparecem
Lágrimas não acabam
Risos se fartam
Um medo que aumenta ao amanhecer

Corre, corre, corre, tudo em você é intenso
Viadutos, túneis, distâncias
Amigos, ofícios, beijos, abraços e falas apressadas
O direito de ir e vir, quebrado
Vizinhos que não se conhecem
Pais e filhos que mal se olham
Vidas que se esbarram, mas não conversam

Corre, corre, corre, gigante metrópole
Amiga do descaso, do caos, da ansiedade
Indiferente, impaciente e só
Tens em tuas mãos, todos a competir
Nesse seu tamanho, tudo cabe
E ainda vês nascer o sorrir nas multidões
Enquanto muitos trazem os corações nas mãos
 
Corre, corre, corre velha senhora
O último vagão não aguarda
A última consulta não espera
O mercado fecha, luzes apagam, a reunião começa
Corpos esgotados adormecem
Sonhos diminuídos desaparecem
Vontades sufocadas, sufocam 

Na megalópole tudo é mega, max, enorme
Trabalho, cansaço, dor, perda, desrespeito
Amor, desamor, indiferença, sexo, celebração
Compaixão, amizades, esperança
Forças que se vão
Delitos e crimes permanentes
A comida cara, um canto para dormir, o bullying que aperta

A cabeça abaixa, os corpos pesam
A chuva alaga ruas, calçadas e casas
O barulho aumenta
Corre, corre, corre, o silêncio se aproxima
A oportunidade espreita
A realidade corta, a freada assusta, a verdade machuca
O tempo não espera e a vontade insiste