MEGALÓPOLE
Celso de Lanteuil,
16/06/2011, retomado em 10/11/2022
Corre, corre, corre
Tudo em você é mega, max, enorme
Pessoas, carros, prédios, ruas, esquinas
Buzinas estridentes
Sorrisos espalhafatosos
Falas amplificadas
Filas que só fazem crescer
Corre, corre, corre
Dona de intermináveis carências
De histórias que não findam
Onde emoções explodem e desaparecem
Lágrimas que nunca acabam
Risos que explodem
Um medo que aumenta ao amanhecer
Corre, corre, corre, tudo em você é intenso
Viadutos, túneis, distâncias
Amigos, ofícios, beijos, abraços, falas apressadas
O direito de ir e vir, quebrado
Vizinhos que não se conhecem
Pais e filhos que mal se observam
Vidas que se esbarram, mas não conversam
Corre, corre, corre, gigante metrópole
Amiga do descaso, do caos, da ansiedade
Indiferente, impaciente e só
Tens em tuas mãos, todos a competir
Nesse seu tamanho, tudo cabe
E ainda vês nascer o sorrir na multidão
Enquanto muitos trazem o coração nas mãos
Corre, corre, corre velha senhora
O último vagão não aguarda
A última consulta não espera
O mercado fecha, luzes apagam, a reunião começa
Corpos esgotados adormecem
Sonhos diminuídos desaparecem
Vontades sufocadas, sufocam
Na megalópole tudo é mega, max, enorme
Trabalho, cansaço, dor, perda, desrespeito
Amor, desamor, indiferença, sexo, celebração
Compaixão, amizades, esperança
Forças que se vão, esperança que chega
Delitos e crimes permanentes, a comida cara
Um canto para dormir, o bullying que aperta
A cabeça abaixa, os
corpos que pesam
A chuva que alaga ruas, calçadas e casas
O barulho a aumentar
Corre, corre, corre, o silêncio se aproxima
A oportunidade espreita
A realidade corta, a freada assusta, a verdade machuca
O tempo não espera e a vontade insiste pois não se pode parar...
Maravilhoso, como sempre. Parabéns!
ResponderExcluirObrigada querida Miryan, por me visitar. Volte outras vezes 😊🌷🌺🥀💐
ExcluirMuito bom. Sempre uma boa leitura!
ResponderExcluirVolte outras vezes. Obrigado
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