quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Um Cotidiano Qualquer


Um Cotidiano Qualquer

A partir do dia 29 de dezembro de 2023, às 20h do Rio de Janeiro e 23h da cidade do Porto, lanço a minha última produção musical desta temporada, encerrando a sequência de sete canções gravadas no período de um ano, cujos créditos e agradecimentos estão disponíveis na minha página no Youtube (Celso DL). Passem por lá quando puderem, mas usem um bom headset para melhor aproveitarem o som deste áudio. Se gostarem, deixem o seu like, comentem, divulguem e podem me seguir que irei gostar, e será também uma forma de estarmos mais próximos. O compositor e o time de artistas envolvidos nesta produção musical e do vídeo, agradecem. Cada um de vocês é uma boa razão para estarmos aqui, fazendo aquilo que amamos fazer. 
Celso DL

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

prefixo IN

 


Matéria disponibilizada na internet (Google), sem referência ao jornal ou revista em que foi publicada. Eu lá estive e vi com meus olhos, muitas das aeronaves que operei como comandante e copiloto. Fotos da área industrial da Varig, no aeroporto internacional (Galeão) Antônio Carlos Jobim. Rio de Janeiro, Brasil, 2006.

 

Justiça!

A prática do viver incorporou o prefixo IN

Que foi ficando, ficando, ficando 

Um IN aqui, outro IN ali e o prefixo ficou de vez; 

Como se tratasse de uma situação muito natural

Daquelas que ocorrem a qualquer época do ano

Com qualquer povo e nação, sem história e qualquer relevância 

A maior companhia aérea do Brasil foi a leilão em agosto de 2006;

Seus funcionários foram demitidos por telegrama

Colocaram a companhia no bolso de alguns

E varreram os créditos dos funcionários para debaixo dos tapetes 

 Cujas indenizações trabalhistas e previdenciárias, são ainda devidas;

Desde o início, desta "pseudo" Recuperação Judicial da Varig

 Sem se honrar as indenizações, decidido às claras, dentro dos princípios da justiça

Nos convenceram que palavras são palavras, nada mais, nada menos que palavras

Exatamente como acontece com a interpretação da lei; 

E o patrimônio da Massa Falida, mês a mês, foi sendo drenado

Sangrando ano após ano, das veias dessa gente que trabalhou e não recebeu

Enquanto para alguns, a se contar nos dedos, entre muitos milhares

Foram abençoados por Deus e pela IN, IN, INterpretação da lei...

Os que o óbito levou, sem jamais verem seus direitos contemplados

Há muito que ultrapassaram os 2.000, outros tantos aguardam sua vez

E, nas minúcias, nos detalhes, temos esses poucos que gozam de prazer 

Ao fazer cálculos e saber que em breve esses números subirão;

Os que ainda lutam e acreditam que entre um, a quinze anos, a justiça se fará presente 

 Apesar de corroídos de perdas, frustrações, com a saúde a apodrecer 

Diante do prefixo IN, sem saber mais o que fazer, constatam

Estão INcorporados, a INjustiça e a INterpretação da lei, conforme o cliente da vez!

 


sábado, 16 de dezembro de 2023

 
VIVA O DEBOCHE
Parte I
Em algum lugar do Brasil, passado, presente e amanhã
Porto, 14 de abril de 2022
Celso de Lanteuil

Gooooollllllllllllll! Tempos de comemorar

Viva a estagnação. Viva o deboche!

Viva a decadência, o retrocesso

O atraso e o descaso. Hip. Hip. Hooray!

Viva o calote. Viva a mentira oficial

Viva o crime e a anarquia. Hip. Hip. Hurra!

Viva o desamor, a violência

E a perseguição ao contribuinte…

 

Viva o orçamento do estado gordo que não para de nos engolir

Viva o fundo partidário e eleitoral

Que se esforça para não nos deixar eleger. Hip. Hip. Hurra!

Louvor aos penduricalhos

E salve nossa rica classe política. Hip. Hip. Hooray! 

Aplausos para a engorda dos nossos homens públicos

Estes que nos comovem com sua fome voraz

E sede de beber a água de todo um rio

 

Viva o caixa dois e as rachadinhas

E o nosso jeitinho brasileiro de ser

Força para a corrupção e a improbidade administrativa

Viva a manipulação do povo. Hurra!

Vida longa ao Zé Ninguém. Hurra!

Um viva para as ideias estúpidas. Irra!

E a desumanização dos homens

Hip. Hip. Hooray! Hip. Hip. Hooray!

 

Viva a justiça para a turma do bem e o rigor da lei para a turma do mal

Depois me digam quem foram Pilatos e Barrabás

E onde se encaixam esse bem e esse mal? 

Salve o consenso entre os extremos

Esquerda, Direita, Centrão, de braços abertos

Abraçam e se beijam para eleger o macaco Tião!

Viva o país dos iletrados e dos desequilíbrios sociais. Hurra!

Viva a miséria, o desdentado, a depressão, a opressão e a humilhação…

 

Saudação à barriga que grita

E ao corpo que se arrasta  

Enquanto a cabeça olha para o chão…

Hip. Hip. Hurra!

Ovação às crianças nos sinais

Mil vivas ao salário mínimo que segue cada vez mais mínimo

Três mil vivas para a qualidade de vida nos guetos

Aplausos para as palafitas, as favelas, valas negras e lixões

 

Que tal rirmos um pouco de nós, os parasitas intelectuais

Celebremos as bibliotecas vazias, as escolas sem livros

A ausência de leitores e professores. Hip. Hip. Hurra!

Vamos celebrar a instabilidade nos empregos

E o trabalho informal… Irra!

Tempos de se comemorar as horas extras e as noturnas não pagas

Saudações aos novos paradigmas

Mais medíocres e mesquinhos. “Hip. Hip. Hooray”!

 

Vida longa aos contratos temporários. Hurra!

Roleta russa permanente, adrenalina nas veias…  

Celebração para quem foi contratado  

Paga com colchão, um prato de farinha, arroz e feijão

Você que ficou de fora, não chore não

Há para quase todos, desemprego, inflação e recessão

Que vão e voltam cheias de tesão

Loucas para nos enrabar…

 

Neste corre-corre de milhões, fervilha um caldeirão de emoções

Um viver sem monotonia, não recomendado para quem sofre do coração

Especiais vivas ao sistema financeiro. “Hip. Hip. Hooray”!

Que nos financia ao preço de uma vida

Que constrói, reproduz, certifica

Qualifica, distribui, disponibiliza

Que faz e desfaz com todos nós, sempre a lucrar mais e mais

E tudo à luz do dia, neste celebrar sem fim…

 

Hora de saudar nossa suada democracia!

Nós, obedientes ao melhor dos governos que a mentira nos deu

Entre mil vivas para nossa Justiça que conhece muito de leis

De direitos essenciais e seletividade, que pela fala rebuscada

Distante da tragédia humana, ignora o sofrimento que faz!

E, apesar do discurso de paz, da lisura dos ritos, da toga impecável

Pela postura magnânima, é muitas vezes, aquela que tropeça e faz feio

Destruindo vidas, rasgando sonhos, direitos e ideais…


Justiça precisa ao decidir, inconstante na coerência, que segue demenciada

Sem saber ao certo qual sua vocação, sua nobre missão

Nem quem é a gente que vive a sofrer…

Sobre aposentados, já foi dito e sacramentado

Não há mais o que se celebrar, estão todos a morrer!

Já viveram bastante e o estado não pode pagar

Para concluir, desejo a todos, o conforto da minha palavra

A força da minha religião para lhes trazer a verdadeira paz

 

O encontro com o salvador e o acesso ao paraíso

Portanto, sem deixar para amanhã, aquilo que o senhor pede pressa

Não deixem de contribuir com a moeda que melhor lhes servir

Aceitamos dólar, euro, libra, real e yen. Facilitamos sua bênção

Através de suaves prestações e contribuições em qualquer cartão

Recebemos em barra de ouro que podem ser entregues em mãos

Sim, aceitamos PIX e bitcoin, com a graça do senhor

Que agradecemos por proteger nossa família e nos tirar da prisão