Agra, caminho para o Taj Mahal, 12/2011
AFOBADO
Celso de Lanteuil
Porto, 17/11/2012
Afobado
Afobado para viver
Esbarrando, tropeçando
Correndo para não deixar de ver
Afobado. Afobado para tocar
Sentir e respirar. Segue passo apressado
Nas encruzilhadas
Diante das portas que se abrem e fecham
Entre o ir e o vir
Inconformado
Querendo decidir
No meio das regras e da estupidez
Sem parar
Sempre afobado
Tentando agarrar
E não deixar escapar
Luz, pensamento
Aquele instante, torná-lo impressionante
No descompasso. Disforme
Possível e improvável. Pequeno e eterno
Neste absurdo mundo das contradições
Passando pelas liberdades e prisões
Pelos derrotados e os campeões
Da lamúria ao gozo, da lâmina que mata e cura
Nestes opostos que nunca se veem
Dos que se doam, dos que se vendem
Aqueles que enxergam mas nunca sentem
Os que valem bilhões e os escravos
Afobados vamos seguindo
Para recuperar o minuto passado
Com a crença e a descrença, a paz e o horror
Sendo bárbaro, sendo amor
Próximo ao pedágio de Gurgaon, New Delhi, 11/2011
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