Show do Tom Zé no Rio de Janeiro
Teatro do SESC, Junho de 2015
Celso de Lanteuil
Rio, 17 de Junho de 2015
Pensei em eleger um herói
Herói desse povo da terra Brasil
Fui lá atrás e me lembrei do Ahanguera
Do último dos Tamoios, Tupis e Tupinambás
Quem sabe poderia ser Calabar, Joaquim José da Silva Xavier
Zumbi dos Palmares ou Antonio Conselheiro
Ou esse nome qualquer que se perde na multidão
E no anonimato da vida, constrói essa nação
Mas tenho que escolher um nome, nessa lista que não termina mais
Poderia ser Padre Cícero, Luiz Gonzaga, o Gonzagão
Aquele que voou como um pássaro, o Alberto Santos Dumont
Quem sabe Manuel Seixas que lutou pela abolição
Fico zonzo só de lembrar, na quantidade de gente que há
Que vai atravessando o tempo sem sua marca apagar
Resolvi escolher um nome, para nesses versos celebrar
Sem pretender eleger o melhor, mas sim uma força nacional
Vai ser alguém que de inventor tem de tudo
Cuja a cabeça, frequenta o amor, a paz, a alegria de festejar
Porque nem mesmo sei, se é possível se classificar
Alguém como esse tipo, um artista da revolução
Um poeta bicho do mato, um ícone da libertação
Porreta, arretado, simples na sua tradição
De pensador criador, de um mundo com inspiração
Não é o Rei Pelé, Caetano, Millôr, Éder Jofre, nem Maria Ester Bueno
Também não é Machado de Assis, João do Pulo, ou Leila Diniz
Poderia ser o Fio Maravilha, Dida, Silva, Gerson, Garrincha, Zico, Zéquinha ou Pavão
Quem sabe o Biriba, Villa Lobos, Barão de Mauá ou Oswaldo Cruz
Talvez um Chico Xavier, o médico Zerbine, a valente Chiquinha Gonzaga
Mas meu herói de hoje é do palco, do povo, da arte, da mente
É um “Pirulito da Ciência”, um Bandeirante libertador
Que quando canta transcende, música, filosofia, encanto, revolução
Esse nome é Tom Zé e fico hoje por aqui
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