Paris, quarto de hotel, 18/02/2012
Celso de Lanteuil
Escrito e lido na Biblioteca Municipal de Maia
Maia, 15/12/2018
A sala está fria
O piso é frio
A cadeira gelada
Todos usam casacos, echarpes e mantas
A alegria se faz tímida. É o frio, é o frio …
O Natal se aproxima
Para muitos, a mesa será farta
Com prendas, risadas, o calor de uma lareira
A casa aquecida, amigos a contar histórias
A cantar e celebrar o viver
A desejada paz lá estará, por algumas horas que seja…
Outros muitos estarão abraçados ao frio
Não o frio de uma sala sem calefação e de uma cadeira
gelada
Do piso que abriga e da sopa fria que alguém tem nas mãos
Estes tantos outros, estarão entranhados no gelo
Dedos, nervos, juntas, olhos, pensamentos
Fé, sentimento, sonhos, tormentos, expectativas, cravadas,
chão adentro
Presos por um tipo de desinteresse
Distanciamento que muitas vezes renasce e se fortalece no
Natal
Natal que ora é crença, por vezes fantasia, tradição, ou o gelo da indiferença
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