Uma temporada no inferno
Por Arthur Rimbaud (1854-1891)
Lido em Lagos, 8 de Março de 2013
Comentários sobre o livro, escrito na contracapa
Celso DL
Decididamente, encontramos nestes poemas
de Rimbaud, aquela angústia profunda de quem está afastado do mundo,
enlouquecido por tantas ilusões, aquele que nunca encontra a paz;
Tenho aqui em minhas mãos, não apenas o
resultado de um poético delírio, mas também a tradução mais pura da alma de
homens descalços e nus, violentos, amargos, traidores vis, armados até os
corações;
Aqui, neste texto realista e revelador,
temos os porcos, os devassos, as sombras de um ser que jamais chegará a
acontecer. Temos as nossas piores falhas e nossos sofridos preconceitos;
Estão todos aqui enumerados, para que
assim não possamos jamais esquecer dos tipos que somos e daquilo que
podemos ser.
Uma temporada no inferno...bem parece a vida no planeta, em tempos que se aproximam a passos largos, mas politicamente incorreto qualquer comentário....melhor olhar-se no espelho e pensar ...como sou feliz !
ResponderExcluirA minha resposta para você, foi escrita na página 103 desse mesmo livro, em Lagos, no dia 8 de março de 2013.
ExcluirEu é quem devo dizer e repetir. Minha vida não é e nunca foi pesada. Dos sustos, medos, apertos e riscos que experimentei, tudo passou feito vento de tormenta. Rápido e intenso sim, mas trazendo no movimento seguinte, o arco-íris e o sol firme a brilhar.
As minhas passagens pelo inferno, breves o suficiente para lá não precisar ficar. Meus vícios e curiosidade pelo viver, e a minha estupidez, não foram fortes o suficiente para me impedir de prosseguir. Minha ignorância, inexperiência e fraqueza, não me aprisionaram aos meus erros.
Se perdoado fui, não sei, mas me perdoo por minha insensatez. Se a esperança nos homens quis desaparecer, resisti graças aos meus sonhos e nessa minha vida pequena em importância, me tornei o melhor que consegui ser.
Dos pecados capitais, conheci quase todos e deles busquei me afastar. Dos dez mandamentos, só dois ou três fui capaz de cumprir, e mais de uma vez a vida me acolheu em seus braços, com luz, sabedoria e amor. Esse processo de errar e acertar aconteceu num piscar. Sabemos que nem sempre temos outra chance, mas eu tive.
Que vida monótona a de quem não erra..."bendigo os obstáculos, pois ninguém sobe em pedra lisa "...as delícias de Lagos e de sua gente deixou saudades...conversas com aqueles seres humanos são inesquecíveis.
ResponderExcluirSim, verdade. Inesquecível gente trabalhadora e sorridente. A febre amarela nos poupou, escapamos dos sequestros e dos talhos sem refrigerador, das tempestades cheias de fúria e da poeira nos tubos de pitot, mas permaneceu o sorriso daquele povo.
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