Uma temporada no inferno
Ainda sobre Uma temporada no inferno, de Arthur
Rimbaud
Lagos, 8
de março de 2013
Celso de
Lanteuil
Eu é que
devo dizer e repetir
Minha vida não é e nunca foi pesada
Dos
sustos, medos, apertos e riscos que experimentei
Tudo
passou feito vento de tormenta
Rápido e
intenso, sim
Mas
trazendo no movimento seguinte, o arco-íris e o sol firme
As minhas
passagens pelo inferno foram breves
Breves o
suficiente para lá não precisar ficar
Meus
vícios e curiosidade pelo viver, e a minha estupidez
Não foram
fortes o suficiente para me impedir de prosseguir
Minha
ignorância, inexperiência e fraquezas
Não me
aprisionaram aos meus erros
Se
perdoado fui, não sei
Mas me perdoo por minha insensatez
Se a
esperança nos homens quis desaparecer
Resisti graças aos meus sonhos
E nessa
minha vida pequena em importância
Me tornei
o melhor que consegui ser, graças ao amor que em casa vi crescer
Dos
pecados capitais, conheci quase todos e destes procurei me afastar
Dos dez
mandamentos, só três ou quatro fui capaz de cumprir
Até me
descobrir
E mais de
uma vez a vida generosa me acolheu em seus braços
Com luz,
sabedoria e amor
Esse
processo de errar e acertar seguiu acontecendo sem parar
Sei bem
que nem sempre temos outra chance
Mas eu
tive!
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