VIVA O DEBOCHE
15/12/2023
Sobre a Terra Brasilis, muitos dos que aqui chegaram e ficaram, não eram talhados a ferro e sim feitos de carne, ossos e coração! E assim tem sido nessa nossa ancestral tradição, uma gente sacrificada, forçada ao trabalho, a desafios inimagináveis, com inúmeras privações.
Antes, tudo pela exploração da terra e para servir ao Rei, pela ambição de enriquecer, usando o conhecimento, a tecnologia de guerra e a navegação daquela época. Pela capacidade de negociar, um comércio além-mar e escambo. Muitas conquistas vieram pela força, através do medo, pela tortura, via a escravidão, um caminho violento e pela degradação.
Mas uma compaixão foi sendo moldada, obediência obrigada e aos poucos desrespeitada, companheirismo construído pela dor comum, veia de diversidade, gerando crenças, perfis, profissões e valores. Uma nova gente surgiu. Mistura de etnias, de fé, necessidade de prosseguir, instinto de sobrevivência, catequização imposta e por toda sorte de confusão.
A violência, a perversão, a usura, a ganância, o egoísmo, a atitude para desbravar, a capacidade militar para dominar, pelo tanto de sofrimento para cada pessoa e lugar. As situações que nos moldaram, resultado de uma mistura do acaso e imposta, que se lapidou e produziu novas culturas, novas características, novos tipos, diferentes normas morais e sociais.
Um caldo cultural cuja complexidade das relações entre colonizador, povos nativos, escravos índios, africanos e de outras origens, incluindo inimigos de Portugal, deram origem ao nosso jeitinho de ser. A hierarquia da monarquia, a justiça do poder constituído, os degredados, a urgência da procriação, uma nova gente a florescer.
Assim fomos
aperfeiçoando esse novo povo que entre um “cala a boca”, um “finge que não viu”, outro “deixa pra lá”, um “não vale a pena se incomodar porque o homem pode não gostar”,
ganhamos outras formas e nosso jeito de ser. Afinal de contas, amigo é amigo
de amigo que se errado, nem sempre é tão errado assim.
Hip. Hip. Hurra! Hip. Hip. Hooray! Amém!
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