sábado, 16 de dezembro de 2023

VIVA O DEBOCHE

Parte II (primeiro leia a Parte I)
Em algum lugar do Brasil, passado, presente e amanhã
15/12/2023

Sobre a Terra Brasilis, muitos dos que aqui chegaram e ficaram, não eram talhados a ferro e sim feitos de carne, ossos e coração! E assim tem sido nessa nossa ancestral tradição, uma gente sacrificada, forçada ao trabalho, a desafios inimagináveis, com inúmeras privações. 

Antes, tudo pela exploração da terra e para servir ao Rei, pela ambição de enriquecer, usando o conhecimento, a tecnologia de guerra e a navegação daquela época. Pela capacidade de negociar, um comércio além-mar e escambo. Muitas conquistas vieram pela força, através do medo, pela tortura, via a escravidão, um caminho violento e pela degradação. 

Mas uma compaixão foi sendo moldada, obediência obrigada e aos poucos desrespeitada, companheirismo construído pela dor comum, veia de diversidade, gerando crenças, perfis, profissões e valores. Uma nova gente surgiu. Mistura de etnias, de fé, necessidade de prosseguir, instinto de sobrevivência, catequização imposta e por toda sorte de confusão. 

A violência, a perversão, a usura, a ganância, o egoísmo, a atitude para desbravar, a capacidade militar para dominar, pelo tanto de sofrimento para cada pessoa e lugar. As situações que nos moldaram,  resultado de uma mistura do acaso e imposta, que se lapidou e produziu novas culturas, novas características, novos tipos, diferentes normas morais e sociais. 

Um caldo cultural cuja complexidade das relações entre colonizador, povos nativos, escravos índios, africanos e de outras origens, incluindo inimigos de Portugal, deram origem ao nosso jeitinho de ser. A hierarquia da monarquia, a justiça do poder constituído, os degredados, a urgência da procriação, uma nova gente a florescer. 

Assim fomos aperfeiçoando esse novo povo que entre um “cala a boca”, um “finge que não viu”, outro “deixa pra lá”, um “não vale a pena se incomodar porque o homem pode não gostar”, ganhamos outras formas e nosso jeito de ser. Afinal de contas, amigo é amigo de amigo que se errado, nem sempre é tão errado assim.

Hip. Hip. Hurra! Hip. Hip. Hooray! Amém!  

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